domingo, 25 de agosto de 2013

Refúgio 150 - Praça Diamante



   Haviam três tipos de refúgio de bombas, os nos subsolos de edifícios particulares, os em edificações públicas (como por exemplo Metrô), e os refúgios de construção privada, financiada por um grupo de vizinhos.   
   Barcelona chegou a ter mais de mil, no entanto, a grande maioria foi destruída por ordem de Franco após o fim da Guerra, para não abrigar rebeldes, ou ainda não manter o testemunho de tempos difíceis. No entanto, alguns que sobraram foram transformados em estacionamentos subterrâneos, infraestruturas de saneamento, ou pontos turísticos.  
   Eu visitei especificamente o de número 150, situado na Praça Diamante, Bairro de Gracia, Barcelona. Os primeiros passos da construção do abrigo antibombas da Praça Diamante eram as mesmas que do refúgio da Praça da Revolução, como era a mesma comissão formada por moradores dos dois setores, que comprometeu ambas as construções. 
   Apesar intenção inicial era avançar com os dois abrigos, pouco depois, no mês de junho de 1937, a comissão foi dissolvida, constituindo duas novas, uma para cada abrigo. A nova comissão da Praça Diamante encurralou os membros da primeira comissão, juntamente com o trabalho quase até o fim de 1938, quando ele finalmente se levantou. 
   O abrigo foi construído com cerca de oito metros de profundidade, tem duas entradas, que apontam cerca de sete metros de profundidade com cinco etapas que completam a descida até as galerias de minas em forma de labirinto, onde abrigava os moradores, até quando não mais havia perigo de explosão.
   O abrigo tem diferentes faixas de bancos junto as paredes, divididos em lotes de quarenta centímetros, que era o espaço marcado como ideal para seus usuários se sentarem.
   Antes do trabalho mencionado, que durou até o final de 1937,  por várias razões os desenvolvedores ficaram sem qualquer pedreiro que poderia seguir.   
   Apesar disso, o abrigo estava quase terminado, e, aparentemente, só estava se trabalhando para abrir um novo acesso à rua Topazi.
   Seus proponentes queriam construir três novas galerias, que teriam quase o dobro da capacidade do abrigo, e por alguma razão desconhecida, este trabalho não foi autorizada pelas autoridades da época.
   O abrigo oferecia dois tipos de iluminação, a principal através de uma fiação lâmpadas de 125 watts espalhadas em diferentes galerias e de emergência com umas arandelas  que revestem as paredes e no topo tinha um recipiente vidro, onde era colocado algum tipo de óleo ou petróleo para illuminar quando cortavam a eletricidade.
   Também tem disponível uma sala destinada a dois poços de ventilação, que também serviram para tirar terra do refúgio e descida de materiais de construção e de enfermagem.
 
   Como era escassa a oferta de materiais de construção, muitos abrigos foram construídos a partir de pedras e tijolos  recuperadas das edificações destruídas pelos bombardeios. 
   Comenta-se que a agonia de ficar no subterrâneo, apinhados e sentindo o tremor da terra e os sons dos bombardeios, sem saber de suas famílias ou entes queridos, era tão grande que com o tempo os usuários foram deixando de descer aos abrigos quando tocavam os alarmes, se entregando a própria sorte. 
   Meu avô, minha avó e sua irmã, trabalhavam numa fábrica nessa época,  e num desses bombardeios a fábrica foi atingida e minha tia-avó perdeu uma das pernas. 
   Enfim, triste episódio.













 

4 comentários:

  1. claustrofóbico, acho que não conseguiria nem visitar.

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  2. Incrível! Muito legal! Minha viagem por Barcelona está valendo a pena! rs
    Abração,
    Léo, o Cap

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  3. Rsss, esses passeios são realmente incríveis e compartilho com vocês, mas com claustrofobia num dá! KKKKKKK Melhor ficar com os outros passeios!

    Obrigado a todos pelas visitas e comentários!
    Bjocas!

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